11 de agosto de 2009

Crônica da tia

Olá crianças do 2º ano!

Para provar que eu não pedi nada impossível, lá vai um textinho meu (postado no meu outro blog desativado, coitado):

A Carteira

Este dia de hoje não prometia sair muito dos eixos. Afinal, seria apenas o stress cotidiano: acorda cedo, apronta café, acorda menino, toma banho, grita com o menino, descobre que está atrasada, grita mais...
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O primeiro estágio do dia concluído: o menino chega atrasado na escola, os sapatos trocados, sem lanche na bolsa e eu com "cara de tacho" me desculpando com a coordenadora.
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Volta pra casa, pega o sobrinho e leva pra psicóloga, sem atrasos desta vez (ufa, consegui!!!) 45 min. tendo que ouvir de Ana Maria Braga 1001 idéias criativas de como enriquecer trabalhando em casa. Pego a pintura de tinta que meu sobrinho fez (vai melar tudo, Deus...). Vou arrastando-o pelo centro até a central da UNE, pegar minha carteira de estudante.
- Apresente o canhoto.
- Como? Sim...
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Procura, procura, procura...
- Perdi. Mas pode pegar assim mesmo, não?
Puxão na blusa: "Tia, tô com fome..."
- Pode, mas vai demorar um pouco. Tem que procurar dia por dia.
Novo Puxão: "Tia, tô cansado..."
Espera, espera, espera.
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O sobrinho reclama, o calor tá de rachar, a sede apertando, a dor nos pés. E nada. A funcionária perdida entre pilhas e pilhas de carteiras e nada. O relógio avançando, chegando a hora de pegar o menino na escola, deixar o outro. Nada. Finalmente o alívio no rosto de funcionária:
- É esta?
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Era. Mal acreditei. Toda espera e sofrimento heroicamente suportados valeram a pena. Peguei a carteira e fui saindo. Olhando meu objeto de desejo.

Estava errada.

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