Características do romantismo
Considerando que o romantismo buscava um afastamento dos valores de urbanização, progresso e racionalidade, a maioria das suas características são oposições diretas a esses preceitos. Entre os principais traços do movimento estão:
Individualismo e subjetivismo
Os pensadores e artistas românticos davam grande ênfase às suas características e experiências pessoais, que geralmente eram definidas por sentimentos e emoções. Dessa forma, as obras românticas eram marcadas por um forte subjetivismo que retratava de forma fiel a visão de mundo dos autores.
Frau vor untergehender Sonne | Caspar David Friedrich |
Valorização das emoções e sentidos
O romantismo combatia o pensamento excessivamente lógico e racional, defendendo que as emoções e os sentidos eram igualmente importantes na formação do raciocínio. A presença da emoção e dos sentimentos dos autores nas obras é marcante no movimento.
Exaltação da natureza
Para os românticos, a natureza consistia em uma força incontrolável e transcendental que, apesar de estar relacionada, era distinta dos elementos físicos como árvores, folhas, etc.
Rebeldia e idealismo
O romantismo rejeitava o status quo e via as regras do mundo moderno como limitações ao crescimento pessoal, político e artístico. Assim, os artistas românticos eram idealistas e frequentemente se retratavam como heróis rebeldes, à margem da sociedade e viam seu trabalho como uma forma de promover a mudança. Por esse motivo, era comum que a arte romântica retratasse a injustiças sociais e as opressões políticas da época.
Foco na imaginação
Considerando que o romantismo representava uma fuga dos valores da época, os pensadores e artistas românticos frequentemente recorriam à imaginação na produção das suas obras. Na literatura, por exemplo, o objetivo não era descrever o mundo como ele é, mas sim como ele poderia ser.
Romantismo nas artes
A arte romântica era essencialmente baseada no individualismo, na natureza e no imaginário. Esses valores se manifestaram em todos os ramos artísticos da época e inspiraram pinturas, esculturas, poemas, entre outros.
Devido à ênfase na imaginação, os artistas davam muita importância à intuição, ao instinto e à emoção, sem que isso implicasse em um afastamento total da razão e da lógica. Por serem altamente pessoais e subjetivos, esses sentimentos reforçavam a noção de individualismo que marcou o movimento.
El aquelarre | Goya |
Para os românticos, o individualismo se manifestava de forma mais plena em contextos de solidão. Por esse motivo, a arte romântica tende a ser fortemente meditativa. Esse foco no imaginário e no subjetivismo afastava a noção de que a arte era um espelho do mundo. No romantismo a arte criava um mundo paralelo.
Com relação a natureza, até o século XVIII, a mesma era vista exclusivamente como algo à disposição do homem. Essa postura foi reforçada pela Revolução Industrial, que trouxe novas tecnologias capazes de extrair cada vez mais recursos da natureza, sem preocupação com o futuro do meio ambiente.
O romantismo trouxe um novo conceito de natureza que não se limitava aos bosques, árvores e animais. Para os românticos, a natureza era uma entidade superior e incompreensível aos homens. Por esse motivo, o tema também era visto de forma subjetiva e sua retratação variava de artista para artista.
Entre as formas mais comuns de interpretação da natureza estavam a ideia de que era um lugar divino, um refúgio do mundo industrializado ou mesmo um poder de cura. Essa valorização da natureza fez com que, através do romantismo, a pintura de paisagem, antes vista como uma forma inferior de arte, foi altamente aprimorada.
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