Contexto histórico na Europa
O final do século XVIII presenciou a ascensão da tipografia, inventada pelo alemão Johannes Gutenberg, que possibilitou o desenvolvimento da impressão em grandes quantidades de jornais e romances.
No início, os romances eram publicados diariamente nos jornais de forma fragmentada, assim, a cada dia um novo capítulo da história era revelada. Esse esquema, importado para a colônia, ficou conhecido como "folhetim" ou "romance de folhetim" e deu origem às telenovelas que conhecemos nos dias de hoje.
Assim, com a Revolução da Imprensa, uma das principais características do período Moderno, houve também a ascensão dos romances impressos, popularizando o artefato (o livro não era mais considerado um artigo de luxo, inacessível) e proporcionando um largo alcance da literatura às camadas inferiores da sociedade e também às mulheres, que raramente tinham acesso às letras e, quando muito, eram alfabetizadas.
Considera-se o marco inicial do romantismo na Europa a publicação do romance Os sofrimentos do jovem Werther, do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe no ano de 1774. Historicamente, um dos marcos principais do movimento foi a Revolução Francesa, responsável pela difusão dos pensamentos Iluministras na Europa e nas suas colônias, que tanto inspirou os poetas árcades brasileiros.
Com o processo de industrialização dos grandes centros, houve um delineamento das classes sociais: a burguesia, com riquezas provenientes do comércio, e os operários das indústrias. Logo, a literatura do período foi produzida pela classe dominante e para a classe dominante, deixando claro qual a ideologia defendida por seus autores.
Contexto histórico no Brasil
Considera-se que o período romântico no Brasil inicia em 1836, com a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, do poeta Gonçalves de Magalhães e vai até o ano de 1881, com a publicação do romance realista Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis.
Primeira missa | Vitor Meireles |
Como dito anteriormente, o desenvolvimento da literatura brasileira propriamente dita aconteceu a partir da vinda da Família Real para o Rio de Janeiro que gerou um forte desenvolvimento artístico e cultural na colônia, agora afinado com a produção literária europeia.
Porém, a insatisfação das classes dominantes com o Império fez com que surgissem tentativas de independência da metrópole, produzindo um sentimento de nacionalismo que culminaria com a Declaração da Independência, em 1822, por Dom Pedro I.
Outro aspecto importante é com relação à escravidão dos negros: o Brasil era uma das poucas colônias americanas que ainda sustentava o sistema econômico baseado do trabalho escravo, o que gerou opiniões controversas por parte dos autores daquela época. Temos expressões literárias abolicionistas (p. ex.: o poeta Gonçalves de Magalhães) e outras que tratavam do tema superficialmente (p. ex.: o romancista Bernardo Guimarães) ou sequer tocavam na questão.
A independência das colônias latino-americanas impulsionou um sentimento de nacionalidade diretamente refletida pela literatura. A formação dessas literaturas esteve a cargo de autores que projetavam os ideais de uma nação em crescimento e desenvolvimento e que até hoje são considerados constitutivos da história da nação.
No entanto, essa literatura fundacional e canônica da América Latina é revista por muitos professores, críticos literários e historiadores pois apresentam apenas uma visão referente à formação das nações latino-americanas.
O que causa uma sensação de estranhamento é o paradoxo observado no período: ao mesmo tempo em que ideias sobre o sentimento de nacionalidade aflorava nos corações dos brasileiros (e demais latino-americanos), parte da população permanecia na miséria e/ou em situações de escravidão, sem acesso à emancipação e aos direitos humanos básicos.
de: SóLiteratura
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