"Cultura do estupro": a culpa
é da vítima?
Poucos dias depois da divulgação de
atos de assédio sexual no metrô de São Paulo e da revelação da existência de uma
página intitulada "Encoxadores", no Facebook, o Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Governo Federal, divulgou
dados de uma pesquisa sobre o estupro, segundo a qual 65% dos entrevistados
(homens e mulheres) concordaram em que mulher que exibe seu corpo, usando
roupas curtas e/ou decotadas, "merece ser atacada". (Atenção, veja observação no início
da proposta!) A partir dos
dados, uma socióloga declarou existir no país uma "cultura do
estupro", que considera a vítima responsável pela violência (sexual) que
sofreu. Acerca do estupro, o Ipea apresentou outro estudo, que você pode ver a
seguir, juntamente com mais informações afins. A partir disso, exponha sua
opinião sobre o tema, numa dissertação argumentativa, procurando explicar as
causas desse problema social brasileiro.
Mulher com roupa curta merece ser
atacada
Um estudo divulgado nesta quinta-feira
(27) pelo Ipea revela que a maioria da população brasileira acredita que
“mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e que “se
as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.
[...]
A pesquisa [...] sobre a tolerância
social à violência contra as mulheres, entrevistou 3.810 pessoas em todas as
unidades da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que as
próprias mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados.
[...]
Na pesquisa do Ipea, os entrevistados
foram questionados se concordavam ou não com frases sobre o tema. Nada menos
que 26% concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser
atacada.
Cultura do estupro
Na opinião da professora do
Departamento de Sociologia da PUC-SP Carla Cristina Garcia, os resultados [da
pesquisa] mostram uma inversão de papéis entre mulheres e agressores. "O
comportamento da vítima jamais pode ser apontado como motivo da violência",
alerta. "É preciso acabar com essa cultura do estupro, que está
naturalizada."
[...]
Segundo Carla, é comum educar a mulher
para sobreviver em um mundo sexista e violento, com restrições sobre roupas e
lugares que frequenta. "Já as campanhas contra assédio no trabalho e no
transporte público, por exemplo, aparecem menos."
Perfil das vítimas
Os registros demonstram que 89% das
vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total,
70% são crianças e adolescentes. “As consequências, em termos psicológicos,
para esses garotos e garotas são devastadoras, uma vez que o processo de
formação da autoestima - que se dá exatamente nessa fase - estará comprometido,
ocasionando inúmeras vicissitudes nos relacionamentos sociais desses
indivíduos”, aponta a pesquisa.
Em metade das ocorrências envolvendo
menores, há um histórico de estupros anteriores. Para o diretor do Ipea, “o
estudo reflete uma ideologia patriarcal e machista que coloca a mulher como
objeto de desejo e propriedade”.
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma
culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura
dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de
poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no
máximo 30 linhas escritas;
Não deixe de dar um título à sua
redação.
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