20 de novembro de 2016

"Cultura do estupro": a culpa é da vítima?


"Cultura do estupro": a culpa é da vítima?
Poucos dias depois da divulgação de atos de assédio sexual no metrô de São Paulo e da revelação da existência de uma página intitulada "Encoxadores", no Facebook, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Governo Federal, divulgou dados de uma pesquisa sobre o estupro, segundo a qual 65% dos entrevistados (homens e mulheres) concordaram em que mulher que exibe seu corpo, usando roupas curtas e/ou decotadas, "merece ser atacada". (Atenção, veja observação no início da proposta!) A partir dos dados, uma socióloga declarou existir no país uma "cultura do estupro", que considera a vítima responsável pela violência (sexual) que sofreu. Acerca do estupro, o Ipea apresentou outro estudo, que você pode ver a seguir, juntamente com mais informações afins. A partir disso, exponha sua opinião sobre o tema, numa dissertação argumentativa, procurando explicar as causas desse problema social brasileiro.
Mulher com roupa curta merece ser atacada
Um estudo divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Ipea  revela que a maioria da população brasileira acredita que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.
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A pesquisa [...] sobre a tolerância social à violência contra as mulheres, entrevistou 3.810 pessoas em todas as unidades da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que as próprias mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados.
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Na pesquisa do Ipea, os entrevistados foram questionados se concordavam ou não com frases sobre o tema. Nada menos que 26% concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada.
Cultura do estupro
Na opinião da professora do Departamento de Sociologia da PUC-SP Carla Cristina Garcia, os resultados [da pesquisa] mostram uma inversão de papéis entre mulheres e agressores. "O comportamento da vítima jamais pode ser apontado como motivo da violência", alerta. "É preciso acabar com essa cultura do estupro, que está naturalizada."
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Segundo Carla, é comum educar a mulher para sobreviver em um mundo sexista e violento, com restrições sobre roupas e lugares que frequenta. "Já as campanhas contra assédio no trabalho e no transporte público, por exemplo, aparecem menos."
Perfil das vítimas
Os registros demonstram que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. “As consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras, uma vez que o processo de formação da autoestima - que se dá exatamente nessa fase - estará comprometido, ocasionando inúmeras vicissitudes nos relacionamentos sociais desses indivíduos”, aponta a pesquisa.
Em metade das ocorrências envolvendo menores, há um histórico de estupros anteriores. Para o diretor do Ipea, “o estudo reflete uma ideologia patriarcal e machista que coloca a mulher como objeto de desejo e propriedade”.
[Ipea]



Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
Não deixe de dar um título à sua redação.

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