6 de novembro de 2016

Há limites para a liberdade de expressão?


Redação | Há limites para a liberdade de expressão?

No dia 7 de janeiro deste ano, terroristas islâmicos mataram a tiros de fuzil 12 pessoas e feriram 11 na Redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, a pretexto de vingar o profeta Maomé, alvo frequente das charges da publicação. Apesar das muitas manifestações de repúdio ao ato terrorista, o atentado também acabou provocando uma polêmica sobre a liberdade de expressão. Para alguns, ela deve ser geral e irrestrita, pois, se houver limites, não existirá liberdade de fato. Outros, consideram que há temas como a religião, que devem ser preservados, pois o direito de se expressar livremente não inclui a possibilidade de ofender. Há ainda quem defenda que a liberdade tem de coexistir com a responsabilidade e se submeter a uma ética. Como você se coloca diante desse debate? Exponha seu ponto de vista e o defenda com argumentos numa dissertação que discuta a liberdade de expressão, com ou sem limites.




"Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei até morrer o teu direito de dizê-lo."
[Frase atribuída a Voltaire, filósofo iluminista francês]

Expressão e democracia
A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias.
O papa se pronuncia
Um dia depois da publicação da nova edição do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", o papa Francisco afirmou que a liberdade de expressão tem limite e não se pode "provocar" nem "insultar" a fé das pessoas. (...) "Temos a obrigação de falar abertamente [sobre religião], temos esta liberdade. Mas sem ofender. Não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode tirar sarro dela", disse.
Liberdade de insultar
O primeiro-ministro islamita-conservador turco, Ahmet Davutoglu, denunciou nesta quinta-feira (15/01/15) a publicação de uma nova charge do profeta Maomé na capa da revista satírica “Charlie Hebdo”, ao considerar que a liberdade de expressão não é "a liberdade de insultar"."A publicação da charge é uma grande provocação (...) liberdade de imprensa não significa liberdade de insultar", declarou Davutoglu à imprensa em Ancara antes de viajar a Bruxelas. "Não podemos aceitar os insultos ao profeta Maomé”, insistiu.
Liberdade com responsabilidade
Podemos pôr em risco a segurança e a vida de outras pessoas em nome da liberdade de expressão e do livre pensar? A liberdade de opinião e o direito de expressá-la são uma conquista social, não apenas um direito individual para servir aos interesses e ao narcisismo de pessoas ou de grupos. Portanto o livre exercício do direito de opinar, criticar, caricaturar e denunciar exige reflexão, responsabilidade e ética. (...) Não podemos transformar a liberdade de expressão em um dogma, pois os dogmas são antidemocráticos e geram autoritarismo e posições extremistas. 
Sem mas...
O problema da liberdade da expressão é o "mas...", assim, com reticências. "Sou a favor da liberdade de expressão, mas..." E cada um tem o seu mas e as suas reticências. Se os mas e as reticências de todo mundo forem levados em conta, a liberdade de expressão simplesmente deixará de existir.
[Carlos Lana, colaborador da Página 3 Pedagogia & Comunicação]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.

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